segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Turismo de observação de baleias pode render US$ 3 bilhões por ano

Potencial de geração de empregos em todo o mundo chega a 24 mil vagas.
Em 2009, 13 milhões observaram os grandes cetáceos, gerando US$ 2 bi.



Para os países que não as caçam, as baleias que chegam ao seu litoral têm um valor que não se mede em toneladas de carne, mas em milhões de turistas e bilhões de dólares.


No ano passado, mais de 13 milhões de pessoas observaram baleias em 119 países, gerando US$ 2 bilhões, segundo cálculos do ministro australiano da Ecologia, Peter Garret, informados à Comissão Baleeira Internacional (CBI) reunida em Agadir (sudoeste do Marrocos) até esta sexta-feira (25).
A CBI, fundada em 1946 para regular a caça às baleias, é a entidade que administra as populações desses grandes cetáceos.
Há 14 anos, a CBI criou um grupo de trabalho científico dedicado à observação de baleias ("whale watching"), atividade turística em plena expansão que permite admirar as gigantes dos mares a bordo de um barco.
Segundo o primeiro estudo sobre o tema, elaborado pelo Fisheries Center da Universidade da Columbia Britânica (Canadá), a observação de baleias - chamada pela CBI de "exploração não letal das baleias" - poderia render US$ 3 bilhões ao ano e gerar 24 mil empregos no mundo.
A América Latina é muito ativa na CBI: a observação de baleias, em ascensão de mais de 11% ao ano desde o fim dos anos 1990, três vezes mais que a média mundial, representa um negócio de US$ 278 milhões que atrai um milhão e meio de pessoas.
"Na Península Valdés [Patagônia argentina], mais de 200 mil turistas vêm ver as baleias entre junho e dezembro", contou Roxana Schteinbarg, diretora do Instituto de Conservação de Baleias. "Não há necessidade de matá-las para tirar proveito delas."
A maioria dos países da região - acrescentou - adotaram regras de observação. Para se fazer ouvir, uma centena de operadoras latino-americanas e caribenhas apresentaram, por iniciativa da Argentina, uma declaração ante a CBI reivindicando a manutenção da moratória para a caça comercial, o respeito dos santuários baleeiros e a criação de um novo santuário no Atlântico Sul.
A Nova Zelândia, de onde se zarpa para ver as baleias azuis e cachalotes, "fatura mais de US$ 80 milhões" com a atividade, disse Karena Lyons, membro da delegação. "Isso garante ganho máximo para as comunidades locais e um impacto mínimo para as baleias."
A CBI deu sua autorização para um plano estratégico quinquenal sobre a observação das baleias, cujo objetivo será enquadrar o desenvolvimento dessa atividade e reduzir os impactos sobre os cetáceos.

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